Verbum Fidei

Protestantes chegaram ao Brasil a partir do século XIX

A Reforma Protestante completou 513 anos. No Brasil, as ideias de Martinho Lutero chegaram por meio das Igrejas Luterana, Batista, Presbiteriana, Metodista e Congregacional. Juntas elas somam mais de 6 milhões de fiéis.

Catedral Metodista de São Paulo (Crédito: Gabriela Lisboa)

Catedral Metodista de São Paulo

Crédito: Gabriela Lisboa

Por Gabriela Lisboa

Em 1517, Martinho Lutero queria mudanças no catolicismo, mas com a reforma  surgiu uma nova igreja na Alemanha, chamada de protestante. Não demorou para que mais igrejas surgissem em outros países.

As igrejas Protestantes têm arquitetura parecida com as Católicas, mas a decoração é mais simples, normalmente feita com uma cruz e representações de Jesus Cristo, sem a imagem de santos. Os cultos, sempre com muita música, também são diferentes. No lugar da comunhão, é celebrado o momento da santa ceia, onde os fiéis comem uma hóstia ou um pedaço de pão e tomam suco de uva ou vinho para celebrar a ressurreição de Cristo.

O batismo é obrigatório para quem quer fazer parte da comunidade. O casamento é valorizado, mas o divórcio é aceito.

No Brasil, a partir do ínicio do século XIX, chegaram as igrejas Luterana, Presbiteriana, Batista, Congregacional e Metodista. De acordo com o último censo, feito pelo IBGE, elas reúnem mais de seis milhões de brasileiros.

Pessoas como o aposentado gaúcho Nelceu Dutterle, que frequenta a Igreja Luterana desde criança. O que faz com que ele volte todos os domingos para os cultos são as características herdadas de lutero:

"Eu acho que a proposta, a base dela, é firme. Está baseada na palavra, somente a palavra, somente Cristo, e isso eu acho que é por aí mesmo," disse Dutterle.

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana desembarcou no Brasil em 1824 para acompanhar os imigrantes alemães. Na segunda metade do século XIX, quem chegou foram os missionários americanos da Igreja Evangélica Luterana. Eles criaram escolas para divulgar o modo de ser protestante.

Outra herdeira da reforma é a Batista, que veio para o Brasil com os imigrantes dos Estados Unidos em 1867. De acordo com o diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, Lourenço Stelio Rega, para os batistas, cada um é livre para viver de acordo com a sua própria compreensão da palavra de deus:

"O modo batista de pensar é um modo que admite diversidade de interpretação, o que diverge um pouco do movimento da reforma. Então você tem a ênfase no indivíduo, não só em termos de busca da salvação, mas a ênfase no indivíduo em busca da compreensão das realidades a partir das escrituras. Em outras palavras, sempre defendemos que o outro tenha liberdade para nós podermos também ter liberdade", afirmou Rega.

É para a Igreja Batista que Adriana Oliveira dedica, há 19 anos, boa parte do seu tempo. Ela é coordenadora do coral infantil da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo, que tem mais de 50 crianças:

"Nessa caminhada de fé, a gente acredita que pessoas precisam de pessoas e pessoas precisam de Deus. Então, quando a gente está junto trocando experiências, isso só acrescenta no nosso amadurecimento, na nossa capacidade de compreender o mundo."

A Igreja Metodista veio há 150 anos. Durante a semana, a catedral que fica no bairro da Liberdade, em São Paulo, celebra um culto ao meio-dia. É onde a cartorária Ana Aranda passa metade do intervalo do almoço. Ela também frequenta os cultos da Assembléia de Deus, mas não abre mão de conversar diariamente com os amigos protestantes.

"Quando eu tenho problemas, eu tenho pessoas que me ajudam, pessoas que colaboram com a minha fé e eu saio daqui fortalecida", contou Ana.

Quem foral os 12 apóstolos?

Apóstolo significa “enviado”. Os apóstolos foram 12 pessoas que acompanharam Jesus e tinham intimidade com Ele. Jesus deu treino especial aos apóstolos, para anunciar o evangelho e fundar a Sua Igreja.

Os 12 apóstolos foram: Simão (Pedro), André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu (Judas), Simão (o zelote) e Judas Iscariotes (Mateus 10:2-4; Lucas 6:13-16).

Eles acompanharam Jesus durante o Seu ministério e foram chamados para proclamar o evangelho ao mundo. Depois do Pentecostes, eles se tornaram os líderes da igreja primitiva, ensinando o que tinham aprendido com Jesus e criando uma base sólida para o crescimento da igreja.

Eles viajaram para outras terras e fundaram igrejas em muitos lugares, através dos seus testemunhos sobre Jesus e de milagres. Muita da informação dos Evangelhos provavelmente foi fornecida pelos apóstolos.

Simão Pedro

Simão era um dos discípulos mais próximos de Jesus e um dos apóstolos mais atuantes na expansão do Evangelho. A Bíblia revela muitos detalhes deste pescador de peixes que se tornou pescador de homens (Lucas 5:8). Simão nasceu em Betsaida (João 1:44), filho de Jonas (João), era pescador e sócio de Tiago e João, filhos de Zebedeu (Lucas 5:10). Trabalhava as margens do Mar da Galileia ao lado do seu irmão André que o apresentou ao Messias (João 1:40-41).

Jesus convidou Simão a segui-lo e o apelidou de Cefas - nome aramaico - que corresponde a Pedro no grego que significa "pedra", "rocha" ou "cascalho" (João 1:42). Pedro - como foi apelidado - era um homem impulsivo, bruto, mas inconstante e teve que ser esculpido por Jesus.

Em sua primeira experiência com o Mestre - após o sermão no barco - Jesus pediu a Pedro que lançasse as redes. Pedro retrucou, mas obedeceu à palavra (Lucas 5:3-5). Ao puxar a rede, pescou uma grande quantidade de peixes. Mesmo com a ajuda do barco de Tiago e João quase foram a pique (Lucas 5:6-7). Depois desta maravilha, Pedro largou tudo e passou seguir a Jesus (Lucas 5:11).

Pedro tinha um dom para liderança e se tornou uma espécie “porta-voz” dos discípulos. Por esse talento, foi muitas vezes colocado a prova por Jesus (Mateus 17:24-27). Pedro sempre tomava a iniciativa e não exitava em fazer perguntas (Mateus 15:15; Mateus 18:21-22).

Pedro teve a sua sogra curada (Mateus 8:14-15). Pagou o imposto com o dinheiro encontrado na boca do peixe - (Mateus 17:24-27). Viu Jesus transfigurado (Mateus 17:1-2). Disse que só Jesus tinha a Palavra de Vida Eterna (João 6:68) e confessou que Jesus era o Cristo (Mateus 16:16).

Seu temperamento inconstante culminou em momentos altos e baixos. Assim como andou nas águas atendendo ao chamado de Jesus, afundou ao reparar as ondas (Mateus 14:28-31). Disse que não abandonaria Jesus (Marcos 14:29), acovardou- se e negou Jesus 3 vezes (João 21:15-17).

Chorou amargamente, reconheceu o seu erro (Mateus 26:75) e teve a oportunidade de confessar 3 vezes que amava Jesus (João 21:15-17). Numa ocasião, agiu como uma pedra de tropeço (Marcos 8:32), mas depois se tornou uma pedra fundamental na edificação da igreja (Mateus 16:18-20).

Depois da sua genuína conversão e de receber o Espirito Santo (Atos dos Apóstolos 1:8), no seu primeiro sermão, converteu mais de 3 mil pessoas (Atos dos Apóstolos 2:40-41). Noutro momento, Pedro e João converteram 5 mil almas (Atos dos Apóstolos 4:4). Estão atribuídas a ele duas cartas do Novo Testamento ao apóstolo, 1 e 2 Pedro.

A autoridade com que pregava era a prova de sua transformação. De um homem inconstante passou a ser um forte pilar na pregação da Palavra. Pessoas de todas as redondezas procuravam o apóstolo para que pelo menos a sua sombra ao passar curasse os enfermos (Atos dos Apóstolos 5:15-16).

Cristo profetizou a respeito da sua morte, dizendo que o apóstolo glorificaria a Deus e seguiria os seus passos até o fim (João 21:18-19). A Bíblia não revela detalhes sobre o martírio de Pedro. Mas segundo a tradição, o apóstolo foi crucificado de cabeça para baixo por se recusar a ser martirizado da mesma forma que Jesus.

Simão, o Zelote

Simão, o zelote (Marcos 3:18) - também conhecido como Simão, o cananeu ou Simão, o nacionalista - era natural de Caná da Galileia. Além da sua origem, pouco se sabe sobre o apóstolo. Tanto o termo “zelote” quanto o termo “cananeu” significam zeloso, cuidadoso.

A designação “zelotes” é o que pode dar mais informações quanto a personalidade de Simão. Os zelotes eram uma facção judaica radical que pregava a revolução armada contra os romanos nos tempos de Jesus.

Os zelotes criam num messias guerreiro, que conquistaria Jerusalém a força. É certo que Simão tenha mudado a sua visão ao ser discipulado por Jesus, servindo-o com fervor e zelo pela Palavra de Deus.

Não há detalhes sobre a sua morte, mas segundo a tradição católica o apóstolo foi cortado ao meio por um serrote. Nos escritos de Hegésipo, o apóstolo teria sido martirizado aos 120 anos durante o império de Trajano.

Há outras versões improváveis que alegam que ele teria sido crucificado ou teria sido queimado numa fogueira, na Armênia.

João

O apóstolo João é popularmente conhecido como “o apóstolo do amor” ou “o discípulo a quem Jesus mais amava”, título proclamado pelo próprio (João 13:23 e João 21:20). Com Pedro e Tiago, João fazia parte do círculo íntimo de Jesus presenciando milagres e revelações.

João era o mais jovem de todos os 12 apóstolos, era filho de Zebedeu e irmão de Tiago. Ambos foram chamados por Jesus para o discipulado e apelidados por Cristo de boanerges, que significa "filhos do trovão" devido ao fervor dos irmãos (Marcos 3:17; Lucas 9:54).

O apóstolo escreveu o Evangelho segundo João, também conhecido como o Quarto Evangelho. Apesar de não se identificar, este Evangelho contém detalhes que somente alguém íntimo no círculo de Jesus poderia relatar. Além do Evangelho, o apóstolo escreveu 3 cartas que fazem parte do Novo Testamento (1, 2 e 3 João) e a revelação do Apocalipse. A alcunha “João Evangelista” se dá por este fato.

João foi o único apóstolo que acompanhou Cristo até a sua crucificação. No caminho da cruz, Cristo ao vê-lo, deu-lhe a responsabilidade de cuidar de Maria sua mãe (João 19:26-27). Depois de receber o Espírito Santo em Pentecostes (Atos dos Apóstolos 1:8), o apóstolo pregou com autoridade e ao lado de Pedro alcançaram milhares de almas.

Por ordens do imperador Domiciano, João foi levado cativo para a Ilha de Patmos onde recebeu a revelação do Apocalipse (Apocalipse 1:1-2). Após a morte do imperador o apóstolo retornou a Éfeso. Segundo a tradição, João morreu em 103 d.c. com 94 anos de causas naturais, o que era incomum na época.

Tiago, filho de Zebedeu

Tiago também é tratado na tradição cristã como “Tiago, o Maior” - o mais velho - devido ao outro apóstolo, Tiago, filho de Alfeu - o mais jovem - ser conhecido como “Tiago, o Menor” (Marcos 15:40).

O apóstolo Tiago era filho de Zebedeu e Salomé. Era irmão do apóstolo João, ambos apelidados por Jesus de “filhos do trovão” ou boanerges (Marcos 3:17; Lucas 9:54). Tiago trabalhava no barco do pai em sociedade com Pedro e André, e foi nas margens do mar da Galileia que se tornaram discípulos de Jesus.

Ao lado do seu irmão João e de Pedro, Tiago fazia parte dos discípulos mais chegados a Jesus. Este trio esteve presente na ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5:37), na transfiguração (Mateus 17:1-2) e no Getsêmani (Mateus 26:36-37).

Tiago foi o primeiro apóstolo a ser martirizado e o único a ter um registro bíblico sobre tal acontecimento. O apóstolo foi decapitado a mando de Herodes Agripa I, por volta do ano 44 d.C (Atos dos Apóstolos 12:1-2).

Vale salientar que o Livro de Tiago não é de sua autoria. A maioria dos estudiosos atribui a autoria a “Tiago, o Justo” o meio-irmão de Jesus.

Tiago, filho de Alfeu

Ao contrário de Tiago filho de Zebedeu, há pouquíssimos detalhes sobre a trajetória de Tiago, filho de Alfeu. Existe apenas 4 citações referentes ao apóstolo (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:12-16; Atos 1:13).

Marcos Evangelista usou a expressão “Tiago Menor” - mikros em Grego - para distingui-lo do outro apóstolo de mesmo nome (Marcos 15:40). Provavelmente “Maria, mãe de Tiago” citada nos Evangelhos refere-se à mãe do apóstolo, que também seguia a Jesus (Mateus 27:56).

A tradição católica trata “Tiago, o justo” - o meio-irmão de Jesus - autor da epístola de Tiago e o apóstolo “Tiago, filho de Alfeu” como sendo a mesma pessoa, o que não pode ser provado biblicamente.

Outra teoria com pouca base é tratar o apóstolo Tiago como irmão do apóstolo Mateus - chamado Levi - (Marcos 2:14). Apesar de ambos terem pais com o mesmo nome - Alfeu - é perceptível que não se trata da mesma pessoa.

Assim como é controverso as informações sobre a sua vida, a sua morte também segue na mesma linha. Alguns estudiosos como Flávio Josefo, relatou que o apóstolo morreu apedrejado.

Eusébio de Cesareia fez um relato mais improvável, no qual diz que o apóstolo foi arremessado do Pináculo do Templo, sobreviveu e foi morto a golpes de pá de pisoeiro. Na tradição ortodoxa grega o apóstolo teria sido crucificado no Egito.

André

O apóstolo era irmão de Simão Pedro (João 1:40), ambos pescadores. André era discípulo de João Batista antes de se tornar discípulo de Jesus (João 1:35-40; Mateus 4:18).

O apóstolo era galileu da cidade de Betsaida (João 1:44). Apesar de judeu, o nome André é de origem grega e não há nenhum outro nome derivado do hebraico ou do aramaico. Quando encontrou Jesus, André tratou de apresentar o seu irmão Pedro ao Messias (João 1:41-42).

André é mencionado em diversos momentos importantes nos Evangelhos e era um dos discípulos mais próximos de Jesus com o seu irmão Pedro e os discípulos João e Tiago.

O apóstolo esteve presente no Monte das Oliveiras, quando Jesus revelou sobre o final dos tempos (Marcos 13:3-4). No milagre da multiplicação dos pães, foi André que disse a Jesus que havia um homem com uma cesta de pães e peixes (João 6:8-10).

André esteve presente na acensão de Jesus (Atos dos Apóstolos 1:3-5; Atos dos Apóstolos 1:13-14) e desempenhou um papel ativo na expansão da igreja Primitiva (Atos dos Apóstolos 6:2-4; Atos dos Apóstolos 8:1).

Segundo a tradição cristã, André foi crucificado em Acacia numa cruz em formato de “X” chamada de “Crux decussata”, popularmente conhecida como “cruz de santo André”.

Ainda segundo a tradição, os ossos do apóstolo estão guardados na cidade de Patra na Grécia. Também há outra versão que diz que este material se encontra na Escócia na cidade de Saint Andrews, país que tem a “cruz de santo André” como simbolo da bandeira.

Filipe

Filipe era galileu, natural de Betsaida (João 1:44). Seu nome é de origem grega - philippos - que significa “amante de cavalos”.

Depois de André e Pedro, Filipe foi a terceira pessoa a ser chamada por Jesus ao discipulado (João 1:43). Ao ter aceitado o chamado, Filipe falou a respeito de Jesus a Natanael que também se tornou discípulo (João 1:45-49).

Vale lembrar que o apóstolo Filipe e "Filipe, o Evangelista" citado em Atos são pessoas distintas. Fica claro em Atos dos Apóstolos 8:1-6 que os apóstolos - entre eles Flipe - resistiram a perseguição e permaneceram em Jerusalém. Já os outros irmãos se dispersaram pelas regiões da Judeia e de Samaria entre eles Filipe, o Evangelista.

O apóstolo participou de muito milagres, foi a ele que Jesus testou ao perguntar-lhe como alimentaria a multidão, no episódio da multiplicação dos pães e peixes (João 6:5-7). Foi Filipe que fez a ousada petição “mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (João 14:8).

Segundo a tradição, este apóstolo exerceu seu ministério na Palestina, Grécia e na ásia menor, onde foi crucificado e apedrejado na Frígia, região turca no ano 80 d.c.

Mateus

Mateus era judeu, tinha boas condições financeiras e trabalhava como publicano - recolhendo os impostos para o império romano - o que era mal visto pela sociedade judaica. Foi exercendo esta função, que Jesus o chamou para segui-lo (Mateus 9:9).

Autor do Evangelho de mesmo nome, Mateus revelou muitos detalhes a respeito do ministério e da vida de Jesus. O apóstolo também é chamado de Levi nos Evangelhos de Marcos e Lucas (Marcos 2:13-14; Lucas 5:27-28).

Além do banquete oferecido a Jesus (Lucas 5:27-29), não há muitos detalhes a respeito do ministério de Mateus na Bíblia. Segundo a tradição ortodoxa e católica, o apóstolo teria sido martirizado na Etiópia.

Bartolomeu (Natanael)

Há poucas referências na Bíblia sobre o apóstolo Bartolomeu, seu nome é mencionado apenas na lista de discípulos (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:14-16; Atos dos Apóstolos 1:13).

Bartolomeu vem do aramaico que significa “filho de Talmay”, o nome também tem uma interpretação grega que significa “filho de Ptolomeu”. Nesta linha, muitos estudiosos acreditam que o nome Bartolomeu seja apenas uma referência patriarcal, assim como “Tiago, filho de Zebedeu” e “Tiago, filho de Alfeu”.

É de consenso dos estudiosos - desde o século IX - que Bartolomeu seja Natanael citado no Evangelho de João. Nesta linha, Natanael seria o seu nome e Bartolomeu uma referência patriarcal. Um vestígio que contribui para essa interpretação, está na divisão dos discípulos citados nos Evangelhos. O apóstolo Filipe fazia par com Bartolomeu nos Evangelhos sinóticos, já no Evangelho de João, Filipe é citado ao lado de Natanael.

Tendo Natanael como fonte de pesquisa, obtemos mais detalhes sobre o apóstolo. João relata no Evangelho a forma como o discípulo teve o seu primeiro contato com Jesus. Filipe encontrou Natanael e disse que esteve com o Messias prometido, Jesus de Nazaré (João 1:45). A reação de Natanael foi curiosa: "Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?" (João 1:46).

Ao ser desafiado por Filipe a encontrá-lo, Natanael foi surpreendido pela forma que Jesus o recebeu, dizendo: “Vejam, aí está um israelita em quem não há falsidade” (João 1:47). Embaraçado, Natanael perguntou a Jesus de onde o conhecia, Cristo disse que antes que Filipe o chamasse, Ele o viu debaixo da figueira (João 1:48). Surpreso, Natanael professa: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!" (João 1:49).

Vale destacar o detalhe simbólico colocado por João, “debaixo da figueira” era o lugar ideal para a meditação da Palavra de Deus (1 Reis 4:25). Jesus conhecia Natanael desde quando O buscava nas Escrituras.

O apóstolo esteve na pesca milagrosa em que Cristo - ressurreto - se mostrou aos discípulos (João 21:1-2) e foi citado em Atos depois da ascensão de Jesus aos céus (Atos dos Apóstolos 1:13).

Segundo alguns registros - que não estão na Bíblia - o apóstolo Bartolomeu pregou pela Ásia menor até a Índia e teria sido esfolado e crucificado de ponta a cabeça em Albanópolis, na Armênia. Há outra versão que alega que o apóstolo foi açoitado até a morte.

Tomé

O apóstolo Tomé também conhecido na Bíblia como Dídimo que significa “gêmeo” em grego (João 11:16; João 20:24, João 21:2). Esta designação aponta que Tomé provavelmente teria um irmão gêmeo, mas a Bíblia não identifica se tal irmão foi um discípulo de Jesus.

Há poucos detalhes sobre a trajetória do apóstolo. Ele é citado poucas vezes na Bíblia, apenas nos Evangelhos e numa pequena citação em Atos dos Apóstolos. Apesar de poucos detalhes, podemos perceber a personalidade de Tomé: um homem sincero, mas pessimista e incrédulo em certos pontos.

No episódio no qual Jesus decide retornar à Judeia - sob ameaça de ser apedrejado, para ressuscitar Lázaro, Tomé faz um comentário a respeito da decisão: "Vamos também para morrermos com ele" (João 11:16).

Num segundo momento, Jesus confortava os seus discípulos a respeito da sua missão e Tomé perguntou: "Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?". Jesus respondeu "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 15:15-16).

Quando Jesus ressuscitou e se apresentou aos discípulos, Tomé não estava presente (João 20:24). Ao ser informado do extraordinário acontecimento, Tomé reagiu de forma descontente e disse que só creria em tal fato se Jesus aparecesse diante dele (João 20:25). Tomé ansiava em ver Jesus, mas a ansiedade se transformou em incredulidade.

Uma semana depois, Jesus apareceu a Tomé, mostrou as suas marcas e assim o discípulo certificou que o Mestre tinha ressuscitado (João 20:27-29). Jesus o repreendeu pelo fato de ter crido somente ao vê-lo dizendo: “Pare de duvidar e creia" (João 20:27). A repreensão nos deixa um grande ensinamento quanto a fé na Palavra de Deus.

Segundo a tradição, Tomé teria pregado o Evangelho na Síria e na Índia onde foi martirizado em 72 d.c. Apesar de ser popularmente conhecido como “o discípulo incrédulo”, Tomé nos deixa o exemplo para crermos na Palavra de Deus em espirito e em verdade.

Judas Tadeu

Judas, que significa Judá, era um nome comum nos tempos de Jesus. Existem poucos detalhes sobre o apóstolo e muitas teses a respeito do seu nome.

Nos Evangelhos de Mateus e Marcos, Judas é identificado como Tadeu - ou Lebeu - que significa “Judas de Tiago” (Marcos 6:3; Mateus 13:55). No Evangelho de Lucas (Lucas 6:16) e em Atos (Atos dos Apóstolos 1:13), seu nome aparece como “Judas, filho de Tiago”.

A tradição católica defende a tese que “Judas de Tiago” seria o irmão de Jesus, aquele que escreveu a carta no Novo Testamento (Judas 1:1). Já a tradição protestante, respeita o termo literal “Judas, filho de Tiago” distinguindo de Judas, o irmão de Jesus.

Fica claro na Bíblia, que também houve um grande esforço por parte dos escritores em diferir Judas Tadeu de Judas Iscariotes. João Evangelista utilizou a expressão “Judas, não o Iscariotes” para identificar o apóstolo (João 14:22).

Na Última Ceia, Tadeu perguntou a Jesus quando se daria a manifestação pública de Cristo ao mundo (João 14:22). Até aquele momento os discípulos não entendiam que Cristo se revelaria através do Espírito Santo.

Depois da ressurreição de Cristo, Tadeu esteve presente com os outros apóstolos em diversos momentos, como no Pentecostes (Atos dos Apóstolos 2:1-4) e na escolha de Matias no ministério apostólico (Atos dos Apóstolos 1:13).

Segundo a tradição, o apóstolo Judas Tadeu teria evangelizado na Judeia, Samaria, Idumeia, Síria, Mesopotâmia e Líbia antiga. Teria sido martirizado no ano 70 d.c, linchado a golpes de lança, machado e porrete.

Judas Iscariotes

Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus Cristo. Judas era filho de Simão Iscariotes (João 6:71), seu nome está ligado ao lugar de origem “Judas, homem de Quiritote” cidade citada no Antigo Testamento (Jeremias 48:24; Jeremias 48:41; Amós 2:2).

Curiosamente, Judas é o discípulo com o maior número de citações nos Evangelhos - 20 vezes - depois de Simão Pedro. Outro detalhe, é que seu nome foi sempre mencionado por último, entre os discípulos.

Judas Iscariotes estava encarregado da administração do dinheiro (João 13:29). Apesar de tal responsabilidade, o discípulo costumava furtar os valores recolhidos (João 12:6).

Foi Judas Iscariotes que ofereceu um plano aos sacerdotes para entregar Jesus (Marcos 14:10-11; Lucas 22:4-6). Em troca, Judas recebeu uma quantia de 30 moedas de prata (Mateus 26:14-16).

Na celebração da Páscoa - a Última Ceia - Jesus falou que seria traído por alguém que estava à mesa (Mateus 26:20-22). Judas rapidamente se defendeu dizendo: "Com certeza não sou eu, Mestre!", Jesus afirmou: "Sim, é você" (Mateus 26:25). A traição foi consumada na mesma noite no Getsêmani. Judas, ao lado de líderes religiosos, beijou Jesus entregando-O para ser preso e morto (Mateus 26:47-49; Marcos 14:43-46).

Com remorso, Judas tentou devolver o dinheiro aos sacerdotes, o que foi rejeitado (Mateus 27:3-4). Dominado pela culpa, Judas jogou o dinheiro dentro do templo e saindo, enforcou-se. (Mateus 27:5).

Com as moedas descartadas, os sacerdotes compraram um terreno e fizeram um cemitério para estrangeiros chamando de “Campo de Sangue”, visto que foi comprado com preço de sangue (Mateus 27:6-8).

Em Atos dos Apóstolos 1:18, Lucas Evangelista diz que Judas adquiriu o campo e morreu no mesmo lugar de forma trágica, cumprindo o que fora dito pelo profeta Jeremias (Mateus 27:9-10).

Os relatos se complementam, provavelmente Judas devolveu o dinheiro aos sacerdotes, que compraram o campo em seu nome. Judas foi para esse mesmo campo, onde se enforcou e seu corpo apodreceu.

Houve outros apóstolos?

Sim, houve mais apóstolos. Depois que Judas Iscariotes traiu Jesus e cometeu suicídio, os outros apóstolos lançaram sortes para escolher uma pessoa para tomar seu lugar. A pessoa escolhida foi Matias, que também tinha acompanhado Jesus durante todo o Seu ministério (Atos dos Apóstolos 1:26).

Paulo de Tarso também foi considerado um apóstolo. Ele não acompanhou o ministério de Jesus mas O viu glorificado em uma visão depois que ressuscitou. Ele se converteu e pregou o Evangelho a muitos gentios. Seu trabalho foi reconhecido como o trabalho de um apóstolo (Atos dos Apóstolos 14:14).

A Bíblia também lista Barnabé, Andrônico e Júnias como apóstolos (Romanos 16:7). Provavelmente foram pessoas que aprenderam de Jesus ou dos primeiros apóstolos e que espalhavam o evangelho com a mesma autoridade.

Ainda há apóstolos?

O título de apóstolo está ligado diretamente a pessoas que viram Jesus quando estava na terra. Atualmente, o nome apóstolo é utilizado fora do contexto originário e não havendo controle sobre a utilização do termo.

Mas todo o cristão é enviado por Jesus para anunciar o Evangelho às pessoas a sua volta. Quem obedece a esse mandamento segue nos passos dos apóstolos, que deram tudo para que muitas pessoas conhecessem Jesus.

Qual é a ordem cronológica dos livros da Bíblia?

ordem cronológica dos livros da Bíblia é um tema um pouco difícil, porque os livros não estão todos organizados cronologicamente. Os livros da Bíblia estão agrupados por gêneros literários (livros históricos, poemas, profecias, cartas...), não por ordem histórica. Alguns livros estão organizados por ordem cronológica mas outros não estão.

A tabela em baixo mostra os livros da Bíblia por ordem cronológica dos eventos narrados em cada livro. Não se sabe ao certo quando muitos livros da Bíblia foram escritos. Alguns foram escritos logo depois dos eventos narrados, enquanto outros foram escritos ou editados muito tempo depois. Por causa disso, é mais fácil organizar os livros pelos eventos que narram. Essa também é uma boa forma de ler os livros da Bíblia.

Ordem cronológica do Antigo Testamento

Ordem cronológica do Novo Testamento

Para entender as tabelas: os livros estão organizados das histórias mais antigas, em cima, às mais recentes, em baixo. Livros lado a lado descrevem eventos que aconteceram no mesmo tempo ou contam histórias repetidas. Os livros de profecias e poemas estão organizados pelo tempo em que os profetas ou poetas viveram e as cartas do Novo Testamento estão organizadas por quando provavelmente foram escritas.

Significado de alguns nomes Bíblicos

 

Muitos nomes populares usados hoje em dia vieram da Bíblia. As histórias de personagens bíblicos têm servido de exemplo e inspiração ao longo dos séculos, além de terem nomes com significados interessantes. Descubra aqui o significado de alguns nomes bíblicos muito conhecidos e a história das pessoas a que estão associados.

Nomes masculinos

André

Significado: masculino

André era irmão de Pedro e um dos 12 apóstolos, os primeiros líderes da igreja. Ele era pescador de profissão e, antes de ser seguidor de Jesus, ele foi discípulo de João Batista. Quando conheceu Jesus, André chamou seu irmão Pedro para o conhecer, porque reconheceu que ele era o salvador prometido por Deus (o Messias).


Benjamim

Significado: filho da mão direita

Benjamim foi o filho mais novo de Jacó e o patriarca de uma das 12 tribos de Israel. Sua mãe, Raquel, morreu depois de o dar à luz mas seu pai gostava muito dele, porque tinha nascido em sua velhice. Alguns membros famosos da tribo de Benjamim foram: o rei Saul, o profeta Jeremias, a rainha Ester e o apóstolo Paulo.


Calebe

Significado: cachorro

Calebe foi um líder que motivou os israelitas a conquistarem a terra prometida. Ele foi um dos 12 homens que espiaram Canaã e somente ele e Josué confiaram que Deus lhes podia dar a vitória. Por isso, da sua geração, somente Calebe e Josué entraram na terra prometida, depois de 40 anos vagueando no deserto. Quando conquistaram a terra, Calebe tinha mais de 80 anos mas não tinha perdido seu vigor! Ele conquistou um pedaço de terra, que ficou para seus descendentes, e ficou conhecido como um homem muito valente.


Daniel

Significado: Deus é meu juiz

Quando ainda era jovem, Daniel foi levado para a Babilônia para ser escravo, mas ele se destacou tanto que se tornou um dos conselheiros principais do imperador! Daniel se manteve sempre fiel a Deus, mesmo em uma terra pagã, e Deus o abençoou com inteligência, sabedoria e o poder de interpretar sonhos. Daniel também foi profeta e previu vários acontecimentos futuros, incluíndo a vinda do Salvador, Jesus.


Davi

Significado: amado

Davi era o mais novo de oito irmãos e um humilde pastor de ovelhas, mas Deus o escolheu para ser o rei de Israel. Ele se destacou como guerreiro quando matou o gigante Golias com uma pedra e, depois que o rei Saul morreu, se tornou rei dos israelitas. Deus prometeu a Davi que sua descendência estaria sempre no trono e essa promessa se concretizou com um de seus descendentes: Jesus. Davi também era músico e poeta e escreveu mais de 70 Salmos da Bíblia.


Eli

Significado: elevado ou exaltado

Eli foi o sacerdote que ensinou o profeta Samuel a servir a Deus. Ele liderou os israelitas na adoração a Deus durante toda sua vida e educou o menino Samuel quando ele foi dedicado ao serviço no templo. Mas os dois filhos de Eli eram muito ruins e trouxeram castigo sobre sua família. Apesar de os repreender, Eli não impediu seus filhos de fazerem coisas erradas no templo e sua família foi destruída. Mas seu aluno Samuel se tornou um grande líder em Israel.


Eliabe

Significado: Deus é pai

Vários homens no Antigo Testamento foram chamados de Eliabe, incluindo um líder da tribo de Zebulom e um guerreiro a serviço do rei Davi. Mas o Eliabe mais conhecido da Bíblia foi o irmão mais velho de Davi, que serviu no exército do rei Saul. Ele era um guerreiro forte e o profeta Samuel achou que ele deveria ser o próximo rei de Israel, mas Deus escolheu seu irmão mais novo, Davi, porque o coração é mais importante que a aparência para Deus.


Emanuel

Significado: Deus conosco

Emanuel foi um dos títulos dados a Jesus, indicando que ele seria a ligação entre nós e Deus. Séculos antes da vinda de Jesus, Isaías profetizou que uma virgem ficaria grávida e que o menino ficaria conhecido como Emanuel, que significa “Deus conosco”. Quando Jesus mora em nossos corações, Deus está conosco!


Esdras

Significado: Deus ajuda

Esdras foi um escriba e sacerdote que ensinou os israelitas a seguir a Deus de acordo com Seus mandamentos, depois do exílio na Babilônia. A Lei de deus tinha sido esquecida durante muito tempo mas Esdras se dedicou a estudar e ensiná-la ao povo. Debaixo da liderança de Esdras, os israelitas se arrependeram de seus pecados e se voltaram para Deus, abandonando a idolatria e outras práticas erradas.


Filipe

Significado: amigo de cavalos

Filipe era um nome popular na época de Jesus. Filipe foi um discípulo de Jesus e ele introduziu seu amigo Natanael a Jesus, que também decidiu seguir Jesus. Mais tarde, Filipe se tornou apóstolo, acompanhando Jesus de perto no seu ministério. Outro Filipe famoso foi um dos primeiros sete diáconos da Igreja, que ficou conhecido como Filipe Evangelista. Por sua pregação, muitas pessoas se converteram e ele tinha quatro filhas que profetizavam.


Gabriel

Significado: Deus é grande

Na Bíblia, Gabriel foi o anjo que anunciou o nascimento de Jesus a Maria e o nascimento de João Batista a seu pai Zacarias. Alguns séculos antes disso, Gabriel apareceu ao profeta Daniel para lhe explicar a visão que ele teve. Através de Gabriel, Deus explicou alguns acontecimentos futuros a Daniel e o encorajou a continuar servindo fielmente a Deus.


Isaque

Significado: riso

Isaque nasceu quando seu pai, Abraão, tinha 100 anos e sua mãe, Sara, tinha 90! Antes de Isaque nascer, Deus prometeu um filho a Abraão, apesar de ser idoso e Sara ser estéril. Quando Sara ouviu essa profecia, ela riu, porque achou que era impossível. Por isso, Deus disse que o nome do menino seria Isaque, que significa “riso”. Isaque foi o pai de Jacó, que teve 12 filhos que foram os patriarcas das 12 tribos de Israel.


João

Significado: Deus é cheio de graça

No tempo de Jesus, João era um nome muito comum. Um dos parentes de Jesus era João Batista, que preparou o caminho antes de Jesus começar seu ministério. Ele também batizou Jesus e alguns de seus discípulos mais tarde se tornaram discípulos de Jesus. Outro João foi um dos 12 apóstolos, que era pescador e acompanhou de perto a morte e ressurreição de Jesus. Ele escreveu o Evangelho de João, as três cartas de João e o livro de Apocalipse.


Jônatas

Significado: Deus deu

Jônatas era filho do rei Saul e seu herdeiro, mas ele não queria o trono. Ele reconheceu que Davi seria o próximo rei e o apoiou em tudo que pôde. Jônatas foi um bom amigo e mentor para Davi e o protegeu dos acessos de raiva de seu pai Saul. Jônatas morreu em batalha mas Davi nunca se esqueceu de seu grande amigo e tomou conta de seu filho, Mefibosete.


José

Significado: Deus acrescentará

José era o filho favorito de Jacó e isso provocou a inveja de seus irmãos mais velhos, que o venderam como escravo no Egito. Mas Deus abençoou José e ele se tornou um dos homens mais importantes do Egito, salvando toda a região e a sua família da fome quando houve uma época de escassez. Outro José importante na Bíblia foi o marido de Maria, escolhido por Deus para ter o papel de pai para Jesus, sendo responsável por sua educação na fé judaica.


Levi

Significado: unido

Levi foi um dos 12 filhos de Jacó, que foi o patriarca de uma das tribos de Israel. Moisés e seu irmão Arão eram da tribo de Levi e essa tribo ficou dedicada ao serviço no templo de Deus. Todos os sacerdotes eram membros da tribo de Levi e tinham o papel importante de ensinar a Lei de Deus a todos os outros israelitas.


Lucas

Significado: luz

Um dos quatro evangelhos na Bíblia foi escrito por um homem chamado Lucas, que recolheu testemunhos em primeira mão de acontecimentos da vida de Jesus. Lucas era médico e acompanhou o apóstolo Paulo em algumas de suas viagens missionárias. Além do Evangelho de Lucas, ele escreveu também o livro de Atos dos Apóstolos.


Mateus

Significado: dádiva de Deus

Antes de ser discípulo de Jesus, Mateus era cobrador de impostos, uma das profissões mais odiadas do seu tempo porque tinha muita corrupção. Mas Jesus escolheu Mateus, comeu na casa dele e mudou sua vida. Mais tarde, Mateus se tornou um dos 12 apóstolos e escreveu um dos quatro Evangelhos na Bíblia.


Matias

Significado: dádiva de Deus

A Bíblia não nos conta muito sobre a vida de Matias, mas ele acompanhou o ministério de Jesus desde o início e foi um de seus discípulos. Quando Judas, o traidor, se suicidou, Matias foi escolhido para tomar seu lugar como apóstolo.


Miguel

Significado: quem é como Deus?

Na Bíblia, Miguel é um arcanjo que defende o povo de Israel. O livro de Apocalipse conta sobre uma grande guerra entre as forças do diabo e o exército de anjos de Deus, que é liderado pelo arcanjo Miguel. No fim da batalha, o diabo é derrotado por Miguel e seus anjos e lançado à terra.


Natanael

Significado: Deus deu

Natanael foi um discípulo de Jesus, que poderá ter sido um dos 12 apóstolos. De início, quando ouviu sobre Jesus, Natanael não acreditou que ele era o Salvador prometido por Deus mas quando conversou com Jesus, ele reconheceu que ele era o Filho de Deus. Jesus chamou Natanael de um “verdadeiro israelita, em quem não há falsidade” (João 1:47).


Noé

Significado: descanso ou conforto

A história de Noé é muito conhecida. Ele ouviu o chamado de Deus e construiu uma grande arca, apesar de nunca ter visto chuva na vida. Quando veio o dilúvio, Noé e sua família foram salvos, junto com casais de toda espécie de animais, graças à fé ativa de Noé.


Paulo

Significado: pequeno

Antes de se converter, Paulo era um judeu que perseguia cristãos. Mas um dia ele teve uma visão de Jesus e mudou completamente! Paulo se tornou um grande pregador do evangelho e fez várias viagens missionárias, trazendo muitas pessoas para Jesus e fundando muitas igrejas. Ele escreveu 13 dos livros do Novo Testamento e teve um papel importante na abertura do Cristianismo a povos gentios (não-judeus).


Pedro

Significado: rocha

Pedro foi um dos 12 apóstolos e muitas vezes agia como porta-voz do grupo. Seu primeiro nome era Simão mas Jesus chamou-o de Pedro quando ele reconheceu que Jesus é o Filho de Deus. No dia de Pentecoste, Pedro pregou e milhares de pessoas se converteram. Ele também fez vários milagres e escreveu dois livros do Novo Testamento.


Samuel

Significado: Deus ouve

O nascimento de Samuel foi um milagre. Sua mãe, Ana era estéril e clamou a Deus por um filho, prometendo dedicá-lo a Deus desde o nascimento. Por isso, desde pequeno, Samuel cresceu no templo e servia a Deus lá. Ele se tornou um profeta e liderou o povo de Israel como juiz, levando os israelitas à vitória contra seus inimigos. Samuel também ungiu os dois primeiros reis de Israel: Saul e Davi.


Silas

Significado: floresta

Apesar de não ter muitos detalhes de sua vida na Bíblia, Silas teve um papel importante no início da igreja. Ele era um dos líderes da igreja de Jerusalém, a igreja-mãe do Cristianismo, e também acompanhou o apóstolo Paulo em algumas de suas viagens missionárias. Silas ajudou a escrever os livros de 1 e 2 Tessalonicenses e a primeira carta de Pedro na Bíblia.


Simão

Significado: ele ouve

Simão era um nome popular na época de Jesus e até havia dois apóstolos chamados Simão: Simão Pedro e Simão o zelote. Outro Simão mencionado na Bíblia foi o homem que ajudou Jesus a carregar a cruz. Ainda outro Simão foi um mago que ficou maravilhado com os milagres que os apóstolos faziam e tentou comprar esse dom, sendo depois amaldiçoado por Simão Pedro.


Tiago

Significado: ele segura o calcanhar

Tiago é a forma grega do nome hebraico Jacó e havia vários homens no tempo de Jesus com esse nome. Dois dos apóstolos eram chamados Tiago: o irmão de João, que era pescador, e o filho de Alfeu. Ainda outro Tiago notável foi o irmão de Jesus, que de início não acreditou nele mas depois da ressurreição se tornou um dos líderes da igreja de Jerusalém. Foi Tiago, o irmão de Jesus, que escreveu a carta de Tiago, no Novo Testamento.


Timóteo

Significado: honra a Deus

O pai de Timóteo não era crente mas sua mãe e su avó ensinaram-lhe no caminho de Deus. A fé delas teve uma grande influência em sua vida e Timóteo se tornou um líder na igreja. Seu mentor foi o apóstolo Paulo, que o considerava como um filho. Depois de viajar algum tempo com Paulo, Timóteo ficou como líder da igreja da cidade de Éfeso e Paulo escreveu-lhe duas cartas que estão na Bíblia para orientá-lo na tarefa de liderar.


Tito

Significado: título ou honrado

Tito foi mais um jovem que aprendeu com o apóstolo Paulo. Ele foi um de seus companheiros de viagem e foi enviado para liderar a igreja na ilha de Creta. Paulo escreveu uma carta para Tito, que se tornou parte do Novo Testamento, com algumas orientações importantes sobre liderança.


Nomes femininos

Abigail

Significado: alegria do pai

Abigail era uma mulher bonita e inteligente mas seu marido, Nabal, era ruim. Quando o rei Davi passou por sua propriedade e pediu ajuda, Nabal recusou mas Abigail ignorou seu marido e deu a ajuda que Davi precisava. Pouco tempo depois, Nabal morreu de repente e Abigail se tornou esposa de Davi, que admirou sua sabedoria.


Ana

Significado: graça

A Ana mais conhecida da Bíblia foi a mãe do profeta Samuel. Ela era estéril mas um dia orou no templo pedindo um filho e prometeu dedicá-lo a Deus. Sua oração foi atendida e seu filho Samuel cresceu no templo. Deus ainda abençoou Ana com mais cinco filhos! Outra Ana na Bíblia foi uma profetisa idosa que reconheceu que o bebê Jesus era o salvador prometido por Deus quando ele foi dedicado no templo.


Débora

Significado: abelha

Na época dos juízes, uma mulher chamada Débora liderou o povo de Israel durante algum tempo. Ela era profetisa e julgava questões trazidas pelo povo. Débora também juntou o exército e motivou o comandante Baraque a lutar contra os inimigos que oprimiam os israelitas. Debaixo da liderança ed Débora, os israelitas tiveram uma grande vitória e paz por 40 anos.


Ester

Significado: estrela

A Bíblia os conta que Ester era uma israelita bonita, sábia, temente a Deus e causava boa impressão em todos que a conheciam. Seu charme conquistou o rei da Pérsia e ela se tornou rainha. Quando um oficial ruim chamado Hamã tentou exterminar todos os israelitas no império romano, Ester usou a sabedoria e diplomacia para convencer o rei a proteger seu povo. Assim, ela salvou os israelitas de um grande massacre.


Isabel

Significado: Deus é minha promessa

Isabel era a mãe de João Batista e parente de Maria, mãe de Jesus. Ela era estéril mas Deus lhe deu um filho quando era idosa, anunciando que ele seria o profeta que prepararia o caminho para a vinda do salvador. Quando Maria, grávida, veio visitar, o bebê dentro de Isabel se agitou e Isabel reconheceu que o filho de Maria seria o salvador prometido por Deus.


Lia

Significado: (possivelmente) cansada, ou olhos meigos ou vaca selvagem

Lia foi a primeira esposa de Jacó, que lhe deu seis filhos e uma filha. Mas Jacó não amava Lia. Ele queria casar com sua irmã, Raquel, mas foi enganado. Por fim, ele casou com as duas mas dava todo seu amor a Raquel. Deus consolou Lia, dando-lhe muitos filhos, que se tornaram os patriarcas de seis tribos de Israel.


Maria

Significado: (possivelmente) amada ou senhora

Maria é a forma grega do nome hebraico Miriã e era muito popular na época de Jesus. A maria mais famosa da Bíblia foi a mãe de Jesus, que ficou grávida quando ainda era virgem. No dia de Pentecoste, depois da ressurreição de Jesus, ela estava junto com os outros discípulos quando receberam o Espírito Santo. Algumas outras mulheres chamadas Maria acompanharam Jesus durante seu ministério, como Maria Madalena e Maria, irmã de Marta e Lázaro.


Marta

Significado: patroa

Marta era irmã de Maria e Lázaro e era boa amiga de Jesus. Certa vez, quando Jesus veio visitar sua casa, Marta ficou chateada com sua irmã porque ela não estava ajudando a tomar conta dos hóspedes. Jesus corrigiu Marta, explicando que Maria tinha mais razão, porque estava sentada escutando seu ensino. Em outra ocasião, quando seu irmão morreu, Marta declarou sua fé que Jesus era o salvador e ele ressuscitou Lázaro.


Miriã

Significado: (possivelmente) amada ou senhora

A irmã mais velha de Moisés se chamava Miriã. Em bebê, Moisés foi colocado num cesto no rio Nilo e Miriã seguiu o cesto. Quando a filha do faraó encontrou o menino na água, Miriã sugeriu sua mãe para ser sua babá. Moisés foi adotado como príncipe mas, graças a Miriã, manteve contato com sua mãe biológica. Miriã também era profetisa e tinha uma posição de autoridade entre os israelitas quando saíram do Egito.


Rute

Significado: companheira

Rute não era israelita mas ela escolheu seguir a Deus e decidiu cuidar de sua sogra israelita quando as duas ficaram viúvas. Trabalhadora e fiel, Rute ganhou o respeito de todos que a conheciam e chamou a atenção de um homem bondoso chamado Boaz. Deus abençoou a fidelidade de Rute e ela casou com Boaz, tendo um filho chamado Obede, que foi o avô do rei Davi, antepassado de Jesus.


Priscila

Significado: antiga

Priscila e seu marido Áquila eram amigos e companheiros do apóstolo Paulo. Juntos, o casal cuidava de uma igreja e apoiava Paulo sempre que podiam. Além disso, eram bons professores. Certa vez, Priscila e Áquila encontraram um homem chamado Apolo que era um bom pregador mas não tinha muito conhecimento do evangelho. Juntos, o casal lhe ensinou mais da verdade e o ajudaram a ser um pregador melhor.


Raquel

Significado: ovelha

Raquel era muito bonita e Jacó se apaixonou por ela. Ele trabalhou sete anos para poder casar com ela, mas depois seu sogro o enganou e lhe deu Lia, a irmã mais velha de Raquel. Jacó acabou casando com as duas, em troco de mais sete anos de trabalho, mas Raquel foi sempre sua favorita. Raquel era estéril mas Deus permitiu que ela tivesse dois filhos: José, que mais tarde salvou sua família da fome, e Benjamim, o mais novo da família, Raquel morreu dando à luz Benjamim.


Rebeca

Significado: laço

Rebeca foi a esposa de Isaque, filho de Abraão. Isaque se apaixonou por ela assim que a viu e foi fiel a ela pelo resto da vida. Rebeca era estéril mas Isaque orou por ela e Rebeca ficou grávida de gémeos: Esaú e Jacó. O filho favorito de Isaque era Esaú mas o favorito de Rebeca era Jacó. Rebeca ajudou Jacó a enganar Isaque a dar-lhe a bênção de filho mais velho, apesar de ser o mais novo, e depois ajudou Jacó a fugir da fúria de seu irmão.


Sara

Significado: princesa

Sara era a esposa de Abraão e foi com ele quando passou a morar em tendas, viajando por Canaã. Ela era estéril e idosa mas Deus prometeu que teria um filho. De início, Sara teve dificuldade em acreditar, mas Deus foi fiel e, aos 90 anos de idade, Sara teve um menino chamado Isaque. Assim, Sara se tornou a mãe do povo de Israel.


Tabita

Significado: gazela

Tabita, também conhecida como Dorcas, era uma mulher cristã muito piedosa. Ela dava esmolas, fazia roupas para as pessoas mais necessitadas e se dedicava outras boas obras. Sua bondade era admirada por todos que a conheciam. Um dia, ela ficou doente e morreu. O apóstolo Pedro estava passando por lá e, quando ouviu o que tinha acontecido, foi para o quarto onde ela estava e orou por ela. Tabita abriu os olhos e voltou a viver!

Divisões Bíblicas


 

Trinitarismo, Triteísmo, Unicismo e Unitarismo – Entenda as diferenças

Trinitarismo, Triteísmo, Unicismo e Unitarismo – Entenda as diferenças

          Muitos membros das denominações cristãs não entendem muitas vezes suas próprias crenças – e isso não se limita aos leigos. Em minha experiência com apologética, percebo que a grandiosa maioria dos denominados cristãos com quem já conversei simplesmente não entendem a doutrina que professam defender.

         Muitas Testemunhas de Jeová também acham difícil entender o que é trindade e unicismo, visto que conversamos muito com várias pessoas, e estas, em geral, ao explicar no que creem, acabam misturando conceitos sem saber explicá-los corretamente. Em alguns casos, muitos até sabem definir sua crença, mas quando a questão é argumentar ou responder a argumentos, eles acabam pulando para outra crença a fim de argumentar e defender a sua. Em outras palavras, muitos trinitários acabam usando argumentos unicistas e triteístas sem perceberem que nem eles mesmos deveriam acreditar nas implicações de seus argumentos.

         Neste breve artigo, vou elucidar o que é cada um desses 4 conceitos e vou mostrar também quais são alguns dos erros que muitos que os defendem acabam cometendo.

TRINITARISMO (Trindade)

                 Para que você comece a entender o trinitarianismo, responda a estas duas perguntas:

O que você é?

Quem você é?

         Qual reposta você daria para a primeira pergunta? “Eu sou um ser humano” – é a resposta correta. Mas, “Eu sou João da Silva” – é a resposta correta para a segunda pergunta. Dessa forma, na trindade existe uma diferença entre Ser e Pessoa – o Ser é aquilo que você é, mas a Pessoa é quem você é.

         Portanto, os trinitários creem que Deus é um só Ser, mas 3 Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Pessoa do Pai não é a Pessoa do Filho, que por sua vez, não é a Pessoa do Espírito Santo. No entanto, o Pai é YeHoVaH, o Filho é YeHoVaH, e o Espírito Santo é YeHoVaH. Um não é o outro em pessoa, mas cada uma delas é plenamente YeHoVaH. Não existem 3 YeHoVaH, mas existem 3 pessoas que são, cada uma delas, YeHoVaH.

         As pessoas da trindade possuem certa medida de distinção, porém não são plenamente separadas, assim como os humanos são plenamente separados em ser e em pessoa. Na trindade, a relação entre Pai e Filho não é a mesma que a relação humana, pois no ser humano existem 2 pessoas e 2 seres humanos. No entanto, na trindade, não existem 3 pessoas e 3 Deuses. Desta forma, alegar que a trindade é “3 pessoas distintas” é mais próximo do triteísmo do que do trinitarismo. Na trindade, as 3 pessoas são unidas, não distintas. A distinção, segundo tal doutrina, está nas atividades e funções das pessoas.

         Principal texto bíblico base:

1 João 5:7 “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um.” (Almeida Corrigida, Revisada e Fiel)

OBS: Este texto não contém na maioria das traduções da bíblia devido ao fato de que não aparece nos manuscritos gregos mais antigos e também porque nunca foi mencionado nos debates trinitários dos concílios, e é amplamente reconhecido até mesmo por trinitários como sendo um acréscimo posterior.

         A maioria das denominações cristãs ensina o trinitarianismo.

TRITEÍSMO

         É a crença de que existem 3 pessoas separadas e distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ao passo que existe separação e distinção nas pessoas, elas somente são distintas em consciência, mas não em propósito. Nesta crença, não há uma diferença entre ser e pessoa. Assim, existem 3 seres: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.

         A doutrina da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias (SUD – Mórmons) é a principal propagadora dessa crença.

         Textos bíblicos base:

João 1:1 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”;

Gênesis 1:1 “No princípio criou Deus [literalmente: “Deuses” no plural] os céus e a terra.”;

UNICISMO

         É também chamado de também conhecido como modalismo, patripassianismo e sabelianismo. É a crença de que Deus não é 3 pessoas em um único Ser, mas literalmente uma única pessoa que se apresentou de 3 maneiras diferentes: Em forma de Pai, de Filho e de Espírito Santo. Nesta crença, diferentemente da trindade, o Filho é a mesma Pessoa que o Pai e o Espírito Santo. Jesus era o Pai na forma de Filho (porque nasceu de Maria).

         Os unicistas afirmam que o único número atribuído a Deus na Bíblia é “Um” e que não existe nenhuma trindade inerente atribuída a Deus explicitamente nas Escrituras. Nesta crença, não existem 3 pessoas eternas, mas apenas 1 única pessoa eterna. Jesus é a mesma pessoa que o Pai, apenas tem uma função diferente.

         Textos bíblicos base:

Deuteronômio 6:4 “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.” (Almeida Corrigida, Revisada e Fiel)

Isaías 9:6 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, […] e se chamará o seu nome: […] Deus Forte, Pai da Eternidade […]” (Almeida Corrigida, Revisada e Fiel)

João 14:9 “Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Almeida Corrigida, Revisada e Fiel)

UNITARISMO

         A crença de que Deus é o Pai de Jesus Cristo, não Jesus Cristo. Existem algumas vertentes do Unitarismo que diferem sobre a pessoa de Jesus Cristo:

Jesus é o primeiro e o maior dos filhos de Deus, e, portanto, veio à existência;

Jesus é o filho eterno de Deus. Embora não seja Deus, é eterno igual a ele;

         A primeira dessas duas é a crença adotada pelas Testemunhas de Jeová (TJs). A segunda delas é adotada pela Igreja de Deus do Sétimo Dia (IDSD).

         Em ambas as visões, o filho é separado do Pai, tanto como ser quanto como pessoa, assim como um pai humano é separado de seu filho humano. No entanto, visto que o filho é da mesma natureza do Pai, o filho é um deus, pois a fruta amadurece e cai, mas não se distancia muito do pé que o gerou.

         Textos bíblicos base:

João 17:3 “Isto significa vida eterna: que conheçam a ti [o Pai], o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo.” (Tradução do Novo Mundo 2015)

1 Coríntios 8:6 “para nós há realmente um só Deus, o Pai […]” (Tradução do Novo Mundo 2015)

Apocalipse 3:12 Aqui Jesus Cristo chama 4 vezes a Deus de “meu Deus”, sendo que, embora Deus chame a outros de “deuses” (Salmo 82:6), Ele nunca chama a ninguém de “meu Deus” com pronome possessivo.

ARGUMENTOS ERRADOS

         Conforme foi dito no início, muitos trinitários acabam usando argumentos unicistas e triteístas para defender sua crença ou para responder a um argumento de uma Testemunha de Jeová.

         Vejamos alguns desses:

Argumentos usados por trinitários:

De caráter unicista:

Isaías 9:6 – “Pai Eterno” ou “Pai da Eternidade” – Quem diz que Jesus é o Pai Eterno é o Unicismo. Na trindade, Jesus é o Filho Eterno e é o mesmo Deus que o Pai;

João 14:9 – “Quem me viu, viu o Pai” – Jesus não é o Pai na Trindade, isso é Unicismo;

“A minha Palavra sou eu mesmo” – Se for assim, o Filho, sendo a Palavra do Pai, é o Pai – Unicismo;

De caráter triteísta:

“Jesus é igual a Deus” – Isso é impossível caso Jesus seja o próprio Deus. Eu não posso ser igual a mim mesmo, eu sou eu, não igual a mim. Isso implica em 2 Deuses – Biteísmo;

“Eu não sou menos humano que meu filho, assim também, Jesus não é menos Deus que o Pai” – No caso dos humanos, somos 2 humanos, não o mesmo humano. Pela analogia, haveria 2 Deuses iguais, Pai e Filho – Biteísmo;

“O Filho é gerado na eternidade, portanto, eterno” – Isso são 2 seres separados, não o mesmo ser. Ninguém pode gerar a si mesmo. Isso implicaria em o filho ser outro Deus eterno igual a Deus – Biteísmo;

“Deus é amor, então deve haver alguém eterno para Deus amar, visto que somente se ama a outro” – Isso é biteísmo ou até mesmo unitarismo conforme defendido pela IDSD. Jesus não é separado de Deus na Trindade. Assim, se o Pai ama o Filho, isso basicamente é dizer que eu tiro dinheiro de um bolso e coloco no outro. É basicamente afirmar que Deus ama a si mesmo. No final das contas, não há transferência de amor.

         

Concílio de Nicéia - A Gênese do Engano

 

Concílio de Nicéia - A Gênese do Engano

325 D.C – É realizado o Concílio de Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus (285 - 337 d.C), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano.

Desde Lúcio Domício Aureliano (270 - 275 d.C ), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.

Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários (10% da população do império), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império: Tomando os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em 325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.

E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai. Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; à distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.

Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratada como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.

O Concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusébio, de Nicomédia; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos: Alexandre, de Alexandria; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi). O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias: Marcus, da Calábria (Itália); Cecilian, de Cartago (África); Hosius, de Córdova (Espanha); Nicasius, de Dijon (França) e Domnus, de Stridon (Província do Danúbio). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse.

As sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte.

Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário. Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo (O "Credo da Dedicação") em, 341, para substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um credo autenticamente ariano.

Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição da Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele.

A concepção da Trindade, tão obscura, tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia.

Os teólogos justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre Jesus Cristo: “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno! Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial Romano.

Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.

Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento e cinqüenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e excomungados.

Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.

As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.

OBS: Em 313 d.C., com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o Imperador Constantino Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova Religião para controlar as massas. Aproveitando-se da grande difusão do Cristianismo, apoderou-se dessa Religião e modificou-a, conforme seus interesses. Alguns anos depois, em 325 D.C, no Concílio de Nicéia, é fundada, oficialmente, a Igreja Católica...

Há que se ressaltar que, "Igreja" na época de Jesus, não era a "Igreja" que entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta à outra veremos que a palavra «Igreja», no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles é mencionada exceto por aproximação e apenas três vezes em dois versículos no Evangelho de Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por Mateus, ekklêsia, significa simplesmente «assembléia de convocados», neste caso a comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunião num local, geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos apóstolos. Sabemo-lo pelo testemunho de outros textos do Novo Testamento, já que os Evangelhos a esse respeito são omissos. Veja-se, por exemplo, a epístola aos Romanos (16, 5) onde Paulo cita o agrupamento (ekklêsia) que se reunia na residência dum casal de tecelões, Áquila e Priscila, ou a epístola a Filémon (1, 2) onde o mesmo Paulo saúda a ekklêsia que se reunia em casa do dito Filémon; num dos casos, como lemos na epístola de Tiago (2, 2), essa congregação cristã é designada por «sinagoga». Nada disto tem a ver, portanto, com a imponente Igreja católica enquanto instituição formal estruturada e oficializada, sobretudo a partir do Concílio de Nícéia, presidido pelo Imperador Constantino, mais de 300 anos após a morte de Cristo.

 Onde termina a IGREJA PRIMITIVA dos Atos dos Apóstolos e começa o Catolicismo Romano?

 Quando Roma tornou-se o famoso império mundial, assimilou no seu sistema os deuses e as religiões dos vários países pagãos que dominava. Com certeza, a Babilônia era a fonte do paganismo desses países, o que nos leva a constatar que a religião primitiva da Roma pagã não era outra senão o culto babilônico. No decorrer dos anos, os Líderes da época começaram a atribuir a si mesmos, o poder de "senhores do povo" de Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na época da Igreja Primitiva, os verdadeiros Cristãos eram jogados aos leões. Bastava se recusar a seguir os falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilônico imperava a custa de vidas humanas.

No ano 323 d.C, o Imperador Constantino professou conversão ao Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por todo o império: As perseguições deveriam cessar! Nesta época, a Igreja começou a receber grandes honrarias e poderes mundanos. Ao invés de ser separada do mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema político que governava. Daí em diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram crescendo, principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Concílio de Nicéia, na Ásia Menor, presidido por Constantino era composto pelos Bispos que eram nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por Líderes Religiosos das diversas comunidades. Tal Concílio consagrou oficialmente a designação "Católica" aplicada à Igreja organizada por Constantino: "Creio na igreja una, santa, católica e apostólica". Poderíamos até mesmo dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se vê claramente, a Igreja Católica não foi fundada por Pedro e está longe de ser a Igreja primitiva dos Apóstolos ...

Em resumo: Por influência dos imperadores Constantino e Teodósio, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e entrou no desvio. Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo religioso; práticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se ritos e rezas, ofícios e oficiantes. Toda uma estrutura teológica foi montada para atender às pretensões absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se impunha aos fiéis com a draconiana afirmação: "Fora da Igreja não há salvação".

Além disso, Constantino queria um Império unido e forte, sem dissenções. Para manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades eclesiásticas romanas deviam manter a ignorância sobre as filosofias e Escrituras. A mesma Bíblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus forte, para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpio. Era necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias de Moisés, Elias, Isaías, etc, onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocaram Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo.

Nesse quadro de ambições e privilégios, não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, era necessário admitir a quintessência da teologia: "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano (155-220), apologista Cristão.

Disso tudo deveria nascer uma religião forte como servia ao império romano. Vieram ainda a ser criados os simbolismos da Sagrada Família e de todos os Santos, mas as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos interesses da Igreja que nascia.

Esta lógica foi adotada pelas forças clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta religião, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade, pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo que simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas que na prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada.

Então não era da tolerância pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes terrenos.

Para isso, Constantino devia adaptar a Religião do Carpiteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova religião que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica, seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites, quase inatingíveis.

Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mãos de Deus.

 OS LIVROS RETIRADOS DAS SANTAS ESCRITURAS

 Os quatro evangelhos canônicos, que se acredita terem sido inspirados pelo Espírito Santo, não eram aceitos como tais no início da Igreja. O bispo de Lyon, Irineu, explica os pitorescos critérios utilizados na escolha dos quatro evangelhos (reparem na fragilidade dos argumentos...): "O evangelho é a coluna da Igreja, a Igreja está espalhada por todo o mundo, o mundo tem quatro regiões, e convém, portanto, que haja também quatro evangelhos. O evangelho é o sopro do vento divino da vida para os homens, e pois, como há quatro ventos cardiais, daí a necessidade de quatro evangelhos. (...) O Verbo criador do Universo reina e brilha sobre os querubins, os querubins têm quatro formas, eis porque o Verbo nos obsequiou com quatro evangelhos”.

As versões sobre como se deu a separação entre os evangelhos canônicos e apócrifos, durante o Concílio de Nicéia no ano 325 D.C, são também singulares. Uma das versões diz que estando os bispos em oração, os evangelhos inspirados foram depositar-se no altar por si só!!! ... Uma outra versão informa que todos os evangelhos foram colocados por sobre o altar, e os apócrifos caíram no chão... Uma terceira versão afirma que o Espírito Santo entrou no recinto do Concílio em forma de pomba, através de uma vidraça (sem quebrá-la), e foi pousando no ombro direito de cada bispo, cochichando nos ouvidos deles os evangelhos inspirados...

A Bíblia como um todo, aliás, não apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários textos, chamados hoje de "apócrifos", figuravam anteriormente na Bíblia, em contraposição aos canônicos reconhecidos pela Igreja.

Segundo o Dicionário Aurélio, o termo Apócrifos significa:

"Entre os Católicos, Apócrifos eram os Escritos de assuntos sagrados que não foram incluídos pela Igreja no Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas". (destaque nosso).

Obs - Note que o próprio Dicionário Aurélio registra a expressão: "divinamente inspiradas". Por que será?

Maria Helena de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apócrifos, Os Proscritos da Bíblia, diz: "Muitos dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a ser beneficiado por uma reconsideração e tornariam a partilhar a Bíblia. Exemplos: O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros mais. A maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus."

Perguntamos: Quais foram os motivos para excluir esses Livros das Santas Escrituras definitivamente? Será que os "santos padres" daquela época se achavam superiores aos Apóstolos e mártires que vivenciaram de perto os acontecimentos relacionados a Cristo e ao judaísmo? De que poder esses mesmos "santos padres" se revestiam a ponto de afirmarem que alguns Textos Evangélicos não representavam os ensinamentos e a Palavra de Deus?

Visando maiores esclarecimentos, sugerimos, para aqueles que desejam aprofundar-se no assunto, uma leitura dos Livros que tratam com mais detalhe esse tema.

Existem mais de 60 evangelhos apócrifos, como os de Tomé, de Pedro, de Felipe, de Tiago, dos Hebreus, dos Nazarenos, dos Doze, dos Setenta, etc. Foi um bispo quem escolheu, no século IV, os 27 textos do atual Novo Testamento. Em relação ao Antigo Testamento, o problema só foi definitivamente resolvido no ano de 1546, durante o Concílio de Trento. Depois de muita controvérsia, acalorados debates e até luta física entre os participantes, o Concílio decretou que os livros 1 e 2 de Esdras e a Oração de Manassés sairiam da Bíblia. Em compensação, alguns textos apócrifos foram incorporados aos livros canônicos, como o livro de Judite (acrescido em Ester), os livros do Dragão e do Cântico dos Três Santos Filhos (acrescidos em Daniel) e o livro de Baruque (contendo a Epístola de Jeremias).

Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: "O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?"

No inicio do cristianismo, os evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número, indica perfeitamente as várias formas de interpretação local das crenças religiosas da orla mediterrânea, acerca da idéia messiânica lançada pelos sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado Irineu a escrever o seguinte: "Há apenas 4 Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes e os insolentes é que andam falseando a verdade". Disse isso, mesmo diante dos acontecimentos acima relatados e que eram de conhecimento geral.

Havia então, os Evangelhos dos Naziazenos, dos Judeus, dos Egípcios, dos Ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros, 03 dos quais foram queimados, restando apenas os 4 “sorteados” e oficializados no Concílio de Nicéia.

Celso, erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170 e 180 D.C, disse: "Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim subtraí-los às refutações".

Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergências mais acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de Antióquia. Mesmo assim, só na de Luciano existem 3.500 passagens redigidas diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos não são fonte segura e original.

Os Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em grego é "cata", não vieram diretamente dos pretensos evangelistas.

A discutível origem dos Evangelhos, explica porque os documentos mais antigos não fazem referência à vida terrena de Jesus.

Não é razoável supor que uma "palavra divina" possa ser alterada assim tão fácil e impunemente por mãos humanas. Que fique na dependência de ser julgada boa ou má por juízes e dignitários eclesiásticos.

Só me foi possível escrever este livro através dos conceitos que pude assimilar da obra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal de Abdruschin. (Segundo o Dic. Aurélio: Graal – Vaso Santo de esmeralda que segundo a tradição corrente nos romances de cavalaria, teria servido a Cristo na última Ceia, e no qual José de Arimateia haveria recolhido o Sangue que de Cristo jorrou quando o centurião lhe desferiu a lança).

Como vá vimos no artigo "Qual a importância dos apócrifos?", existem alguns livros escritos antes ou pouco depois de Cristo que tinham como intenção figurar como Escritura Sagrada.

 Mas, pelo Magistério da Igreja e assistência do Espírito Santo, esses livros espúrios foram definitivamente afastados, restando apenas o cânon bíblico que guardamos até hoje. Por esse motivo, muitos desapareceram, outros sobreviveram em uma ou outra comunidade antiga, ou, ainda, em traduções, fragmentos ou citações.

A seguir, apresentamos uma lista exaustiva de livros apócrifos do Antigo e do Novo  Testamento que, embora longa, provavelmente não esgota todos os livros escritos ou existentes, porém, bem demonstra a quantidade de livros escritos com a intenção de "completar" a Bíblia.

Incluímos também, ao final, os manuscritos encontrados em Qumran, nas grutas do Mar Morto, que foram escritos ou preservados por uma comunidade que vivia nesse deserto separada dos grupos religiosos da Palestina do tempo de Jesus (Saduceus, Fariseus, Samaritanos, etc.). Esse grupo, denominado Essênio, como podemos ver, considerava o Antigo Testamento como Escritura Sagrada (inclusive os deuterocanônicos), mas tinha como característica própria seguir ainda outros "livros sagrados".

Portanto, temos como apócrifos as seguintes obras:


ANTIGO TESTAMENTO

1. Apocalipse de Adão

2. Apocalipse de Baruc

3. Apocalipse de Moisés

4. Apocalipse de Sidrac

5. As Três Estelas de Seth

6. Ascensão de Isaías

7. Assunção de Moisés

8. Cavernados Tesouros

9. Epístola de Aristéas

10. Livro dos Jubileus

11. Martírio de Isaías

12. Oráculos Sibilinos

13. Prece de Manassés

14. Primeiro Livro de Adão e Eva

15. Primeiro Livro de Enoque

16. Primeiro Livro de Esdras

17. Quarto Livro dos Macabeus

18. Revelação de Esdras

19. Salmo 151

20. Salmos de Salomão (ou Odes de Salomão)

21. Segundo Livro de Adão e Eva

22. Segundo Livro de Enoque (ou Livro dos Segredos de Enoque)

23. Segundo Livro de Esdras (ou Quarto Livro de Esdras)

24. Segundo Tratado do Grande Seth

25. Terceiro Livro dos Macabeus

26. Testamento de Abraão

27. Testamento dos Doze Patriarcas

28. Vida de Adão e Eva


NOVO TESTAMENTO

1. A Hipostase dos Arcontes

2. (Ágrafos Extra-Evangelhos)

3. (Ágrafos de Origens Diversas)

4. Apocalipse da Virgem

5. Apocalipse de João o Teólogo

6. Apocalipse de Paulo

7. Apocalipse de Pedro

8. Apocalipse de Tomé

9. Atos de André

10. Atos de André e Mateus

11. Atos de Barnabé

12. Atos de Filipe

13. Atos de João

14. Atos de João o Teólogo

15. Atos de Paulo

16. Atos de Paulo e Tecla

17. Atos de Pedro

18. Atos de Pedro e André

19. Atos de Pedro e Paulo

20. Atos de Pedro e os Doze Apóstolos

21. Atos de Tadeu

22. Atos de Tomé

23. Consumação de Tomé

24. Correspondência entre Paulo e Sêneca

25. Declaração de José de Arimatéia

26. Descida de Cristo ao Inferno

27. Discurso de Domingo

28. Ditos de Jesus ao rei Abgaro

29. Ensinamentos de Silvano

30. Ensinamentos do Apóstolo Tadeu

31. Ensinamentos dos Apóstolos

32. Epístola aos Laodicenses

33. Epístola de Herodes a Pôncio Pilatos

34. Epístola de Jesus ao rei Abgaro (2 versões)

35. Epístola de Pedro a Filipe

36. Epístola de Pôncio Pilatos a Herodes

37. Epístola de Pôncio Pilatos ao Imperador

38. Epístola de Tibério a Pôncio Pilatos

39. Epístola do rei Abgaro a Jesus

40. Epístola dos Apóstolos

41. Eugnostos, o Bem-Aventurado

42. Evangelho Apócrifo de João

43. Evangelho Apócrifo de Tiago

44. Evangelho Árabe de Infância

45. Evangelho Armênio de Infância (fragmentos)

46. Evangelho da Verdade

47. Evangelho de Bartolomeu

48. Evangelho de Filipe

49. Evangelho de Marcião

50. Evangelho de Maria Madalena (ou Evangelho de Maria de Betânia)

51. Evangelho de Matias (ou Tradições de Matias)

52. Evangelho de Nicodemos (ou Atos de Pilatos)

53. Evangelho de Pedro

54. Evangelho de Tome o Dídimo

55. Evangelho do Pseudo-Mateus

56. Evangelho do Pseudo-Tomé

57. Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apóstolos)

58. Evangelho dos Egípcios

59. Evangelho dos Hebreus

60. Evangelho Secreto de Marcos

61. Exegese sobre a Alma

62. Exposições Valentinianas

63. (Fragmentos Evangélicos Conservados em Papiros)

64. (Fragmentos Evangélicos de Textos Coptas)

65. História de José o Carpinteiro

66. Infância do Salvador

67. Julgamento de Pôncio Pilatos

68. Livro de João o Teólogo sobre a Assunção da Virgem Maria

69. Martírio de André

70. Martírio de Bartolomeu

71. Martírio de Mateus

72. Morte de Pôncio Pilatos

73. Natividade de Maria

74. O Pensamento de Norea

75. O Testemunho da Verdade

76. O Trovão, Mente Perfeita

77. Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria

78. "Pistris Sophia" (fragmentos)

79. Prece de Ação de Graças

80. Prece do Apóstolo Paulo

81. Primeiro Apocalipse de Tiago

82. Proto-Evangelho de Tiago

83. Retrato de Jesus

84. Retrato do Salvador

85. Revelação de Estevão

86. Revelação de Paulo

87. Revelação de Pedro

88. Sabedoria de Jesus Cristo

89. Segundo Apocalipse de Tiago

90. Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus

91. Sobre a Origem do Mundo

92. Testemunho sobre o Oitavo e o Nono

93. Tratado sobre a Ressurreição

94. Vingança do Salvador

95. Visão de Paulo


ESCRITOS DE QUMRAN

1. A Nova Jerusalém (5Q15)

2. A Sedutora (4Q184)

3. Antologia Messiânica (4Q175)

4. Bênção de Jacó (4QPBl)

5. Bênçãos (1QSb)

6. Cânticos do Sábio (4Q510-4Q511)

7. Cânticos para o Holocausto do Sábado (4Q400-4Q407/11Q5-11Q6)

8. Comentários sobre a Lei (4Q159/4Q513-4Q514)

9. Comentários sobre Habacuc (1QpHab)

10. Comentários sobre Isaías (4Q161-4Q164)

11. Comentários sobre Miquéias (1Q14)

12. Comentários sobre Naum (4Q169)

13. Comentários sobre Oséias (4Q166-4Q167)

14. Comentários sobre Salmos (4Q171/4Q173)

15. Consolações (4Q176)

16. Eras da Criação (4Q180)

17. Escritos do Pseudo-Daniel (4QpsDan/4Q246)

18. Exortação para Busca da Sabedoria (4Q185)

19. Gênese Apócrifo (1QapGen)

20. Hinos de Ação de Graças (1QH)

21. Horóscopos (4Q186/4QMessAr)

22. Lamentações (4Q179/4Q501)

23. Maldições de Satanás e seus Partidários (4Q286-4Q287/4Q280-4Q282)

24. Melquisedec, o Príncipe Celeste (11QMelq)

25. O Triunfo da Retidão (1Q27)

26. Oração Litúrgica (1Q34/1Q34bis)

27. Orações Diárias (4Q503)

28. Orações para as Festividades (4Q507-4Q509)

29. Os Iníquos e os Santos (4Q181)

30. Os Últimos Dias (4Q174)

31. Palavras das Luzes Celestes (4Q504)

32. Palavras de Moisés (1Q22)

33. Pergaminho de Cobre (3Q15)

34. Pergaminho do Templo (11QT)

35. Prece de Nabonidus (4QprNab)

36. Preceito da Guerra (1QM/4QM)

37. Preceito de Damasco (CD)

38. Preceito do Messianismo (1QSa)

39. Regra da Comunidade (1QS)

40. Rito de Purificação (4Q512)

41. Salmos Apócrifos (11QPsa)

42. Samuel Apócrifo (4Q160)

43. Testamento de Amran (4QAm)


OUTROS ESCRITOS

1. História do Sábio Ahicar

2. Livro do Pseudo-Filon