Verbum Fidei

Protestantes chegaram ao Brasil a partir do século XIX

A Reforma Protestante completou 513 anos. No Brasil, as ideias de Martinho Lutero chegaram por meio das Igrejas Luterana, Batista, Presbiteriana, Metodista e Congregacional. Juntas elas somam mais de 6 milhões de fiéis.

Catedral Metodista de São Paulo (Crédito: Gabriela Lisboa)

Catedral Metodista de São Paulo

Crédito: Gabriela Lisboa

Por Gabriela Lisboa

Em 1517, Martinho Lutero queria mudanças no catolicismo, mas com a reforma  surgiu uma nova igreja na Alemanha, chamada de protestante. Não demorou para que mais igrejas surgissem em outros países.

As igrejas Protestantes têm arquitetura parecida com as Católicas, mas a decoração é mais simples, normalmente feita com uma cruz e representações de Jesus Cristo, sem a imagem de santos. Os cultos, sempre com muita música, também são diferentes. No lugar da comunhão, é celebrado o momento da santa ceia, onde os fiéis comem uma hóstia ou um pedaço de pão e tomam suco de uva ou vinho para celebrar a ressurreição de Cristo.

O batismo é obrigatório para quem quer fazer parte da comunidade. O casamento é valorizado, mas o divórcio é aceito.

No Brasil, a partir do ínicio do século XIX, chegaram as igrejas Luterana, Presbiteriana, Batista, Congregacional e Metodista. De acordo com o último censo, feito pelo IBGE, elas reúnem mais de seis milhões de brasileiros.

Pessoas como o aposentado gaúcho Nelceu Dutterle, que frequenta a Igreja Luterana desde criança. O que faz com que ele volte todos os domingos para os cultos são as características herdadas de lutero:

"Eu acho que a proposta, a base dela, é firme. Está baseada na palavra, somente a palavra, somente Cristo, e isso eu acho que é por aí mesmo," disse Dutterle.

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana desembarcou no Brasil em 1824 para acompanhar os imigrantes alemães. Na segunda metade do século XIX, quem chegou foram os missionários americanos da Igreja Evangélica Luterana. Eles criaram escolas para divulgar o modo de ser protestante.

Outra herdeira da reforma é a Batista, que veio para o Brasil com os imigrantes dos Estados Unidos em 1867. De acordo com o diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, Lourenço Stelio Rega, para os batistas, cada um é livre para viver de acordo com a sua própria compreensão da palavra de deus:

"O modo batista de pensar é um modo que admite diversidade de interpretação, o que diverge um pouco do movimento da reforma. Então você tem a ênfase no indivíduo, não só em termos de busca da salvação, mas a ênfase no indivíduo em busca da compreensão das realidades a partir das escrituras. Em outras palavras, sempre defendemos que o outro tenha liberdade para nós podermos também ter liberdade", afirmou Rega.

É para a Igreja Batista que Adriana Oliveira dedica, há 19 anos, boa parte do seu tempo. Ela é coordenadora do coral infantil da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo, que tem mais de 50 crianças:

"Nessa caminhada de fé, a gente acredita que pessoas precisam de pessoas e pessoas precisam de Deus. Então, quando a gente está junto trocando experiências, isso só acrescenta no nosso amadurecimento, na nossa capacidade de compreender o mundo."

A Igreja Metodista veio há 150 anos. Durante a semana, a catedral que fica no bairro da Liberdade, em São Paulo, celebra um culto ao meio-dia. É onde a cartorária Ana Aranda passa metade do intervalo do almoço. Ela também frequenta os cultos da Assembléia de Deus, mas não abre mão de conversar diariamente com os amigos protestantes.

"Quando eu tenho problemas, eu tenho pessoas que me ajudam, pessoas que colaboram com a minha fé e eu saio daqui fortalecida", contou Ana.