Verbum Fidei

Ilha de Lesbos


A ilha de Lesbos, situada no mar Egeu, junto à Turquia asiática, foi colonizada pelos Eólios, um dos quatro grandes grupos das tribos gregas que, segundo a tradição, descendiam de Eólio, filho de Heleno e neto de Deucalião. O primeiro rei eólio da ilha foi Lesbo, filho de Lápita (rei da Tessália) e neto de Eólio. Lesbo, por ordem de um oráculo, exilou-se na ilha de Lesbos, onde casou com Metimna, filha de Macareu, o rei local. A partir de então, a ilha foi chamada Lesbos em sua honra. Os Eólios de Lesbos eram tão poderosos que durante muito tempo controlaram as outras regiões da Eólia, na Ásia Menor. As cinco cidades Mitilene, Mitima, Eresso, Antissa e Pirra, fundadas na ilha de Lesbos, tiveram uma grande importância na história da cultura grega dos séculos VII e VI a. C.

A ilha de Lesbos foi o berço de várias personalidades importantes para a cultura helénica, tais como os poetas e cantores Arion e Terpandro, o filósofo Teofrasto e os poetas Alceu e Safo, cujas obras estão ligadas aos primórdios do lirismo grego e que tiveram uma grande influência nas gerações de autores que se seguiram. A ilha de Lesbos está também ligada a períodos da vida de Aristóteles e Epicuro.

Safo (século VII a. C.), a maior poetisa da literatura grega, escreveu poemas pessoais e apaixonados em diversos tipos de metro, dirigidos em geral à filha ou às suas companheiras de forma terna e amorosa. A sua poesia, de conteúdo erótico, foi censurada pelos copistas medievais, ligados na sua maioria à Igreja Católica. No entanto, durante toda a Antiguidade, Safo foi respeitada, apreciada e imitada. O conteúdo da sua escrita foi interpretado como uma forma de protesto da mulher pelo domínio masculino que chegou ao extremo da recusa do amor heterossexual e que levou à criação da lenda de que existiam relações homossexuais em Lesbos. Essa fama atravessou os séculos e cristalizou-se na palavra lésbica que provém do nome da ilha.